Sem consequências, o que fariam?
- E. Gonçalves
- 28 de ago. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 29 de ago. de 2024

Por onde começar? Sinceramente não sei e nem sei se todos os meus pensamentos/argumentos farão sentido. Sou humana, pela primeira vez, em muito tempo, decidi começar algo novo, sem medos ou receios. A criação de um blog estava na minha lista de coisas a fazer desde há algum tempo, mas o facto de pensar em demasia nessa ideia, impediu-me de realizá-la.
E se não tiver sucesso?
E se o que escrever não fizer sentido algum?
Sinceramente já não me importo mais com essas perguntas, esses medos. Faço-o por mim e aprendi a aceitar o facto que não somos feitos para tudo ou para todos, não importa o quão bom sejamos.
Já se perguntaram porque um funcionário terrível conseguiu subir de posto e porque os bons não? Porque os maus encontraram o lugar deles enquanto os outros estão presos ao medo de seguir em frente.
Eu aprendi isso depois de ter terminado o meu estágio. Quando decidi mudar de via profissional, tirei um curso e depois de o terminar tive a oportunidade de estagiar numa empresa comercial. Após os três meses nesse lugar, senti, mais que nunca, que esta nova profissão foi feita para mim, sem dúvida! Até queria (e ainda quero) evoluir e continuar a estudar na área, desta fez mais seriamente.
No momento que saio dessa empresa, arranjei trabalho em outra, mesma profissão mas numa fabrica. Estava toda contente, pois tinha a certeza que era o destino a dizer-me que as portas finalmente se tinham aberto para mim, que depois de tantos medos, finalmente aconteceu.
No entanto, passei com a sensação de ser a melhor estagiária para ser a pior funcionaria nesta nova empresa. Podia desabafar sobre essa situação, de como as pessoas lá não estão em alinhamento comigo, em como os princípios delas não são os mesmos que os meus, que a maneira de ensinar delas não é a maneira que eu insinaria... Mas quem sou eu para julgar?
O universo não me abriu portas para certezas, mas sim para mais duvidas, talvez ele esteja a perguntar-me se eu realmente tenho certeza que é isto que quero. Hoje posso dizer que sim, que é isto que quero, mas não neste lugar.
Pensei na situação em várias perspetivas, talvez eu estivesse a ser injusta, egoísta e mimada, mas o meu corpo voltou a dar-me sinais. Esse é o problema (vantagem), quando estamos realmente acordados, começamos a nos aperceber dos sinais que o corpo manda.
Foi nesse momento que me apercebi que chegava, que não era o que queria para mim, que aquele lugar não foi feito para eu evoluir, apenas para me estagnar e fazer-me sentir de parte.
Não estou a culpar ninguém, acabei com isso, pois arranjar culpados é sinal de que temos alguém para culpar pela nossa desgraça, no fim quem escolheu em ficar fui eu.
Foi nesse lugar que aprendi a avaliar-me, a ver a vida profissional com outros olhos. Por vezes a rejeição não é algo mau. Por vezes não há culpados, apenas energias e princípios não alinhados. O que é importante para mim, não é necessariamente importante para outra pessoa e vice-versa e sabem que mais? Está tudo bem. Não precisamos de partilhar interesses, princípios com todos, apenas nos respeitarmos mutuamente. Cada um sabe de si.
Eu quero conservar algo que é importante para mim e isso é a minha paz interior.
Portanto, digam-me:
Se não houvesse consequências, o que vocês fariam? Para onde iam? O que estudariam?
S.
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